Alerta Fiscal e Econômico

Inside Brasília – 06/12/2024
Por i3P Risco Político

Brasil em Números

A ameaça de um descontrole nas contas públicas surge como o maior risco para a estabilidade financeira brasileira nos próximos anos, apontou a Pesquisa de Estabilidade Financeira (PEF) do Banco Central (BC). Entre os 89 agentes financeiros ouvidos, 42% destacaram a preocupação com o risco fiscal, reiterando temores quanto à sustentabilidade da dívida pública e o arcabouço fiscal, além de seus reflexos na política monetária e nos preços de ativos. O percentual, praticamente estável em relação aos 41% da última pesquisa, sinaliza a persistência desse desafio.

Cenário Internacional
Os riscos internacionais mantêm-se no radar das instituições financeiras, apontados por 27% dos entrevistados. A escalada de tensões geopolíticas, a desaceleração da economia chinesa e as incertezas sobre as eleições nos Estados Unidos figuram entre os principais fatores de preocupação. Esse dado reforça o impacto global de eventos externos na economia nacional, um aumento em relação aos 23% registrados em agosto.

Inadimplência e Pressões Internas
Os riscos de inadimplência e a atividade econômica interna ocupam a terceira posição, com 12% das menções. Apesar de serem avaliados como de impacto moderado, houve um alerta para o crescimento da alavancagem e da inadimplência entre empresas e famílias, em um cenário pressionado pela política de juros elevados.

Ciclo Econômico
Em contraste, a percepção de crescimento econômico ganhou força. Cresceu o número de instituições que avaliam o Brasil em um momento de expansão ou pico do ciclo econômico. O BC destacou que esse otimismo contrasta com a visão de recuperação que predominava anteriormente.

Confiança no Sistema Financeiro Nacional
Outro ponto relevante foi o fortalecimento da confiança no Sistema Financeiro Nacional. Embora os números exatos não tenham sido divulgados, a percepção de estabilidade no sistema financeiro registrou uma leve melhora, mostrando resiliência mesmo diante de riscos macroeconômicos.

Rui Costa
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, endureceu o discurso contra o mercado financeiro, acusando-o de tentar desestabilizar o governo Lula. Durante um evento em Brasília, Costa criticou especulações que, segundo ele, visam antecipar o debate eleitoral de 2026. Ele reagiu à pesquisa Quaest, que revelou uma avaliação negativa de 90% dos economistas de fundos de investimento sobre o governo, e apontou para “narrativas especulativas” como a causa da alta recente do dólar após o anúncio do pacote de corte de gastos.

Instabilidade Parlamentar
Rui Costa atribuiu a votação apertada da Câmara para aprovar a urgência do pacote fiscal à insatisfação com o bloqueio de emendas parlamentares, um ponto que ele classificou como central na instabilidade recente. Apesar disso, o ministro destacou que o governo está empenhado em fortalecer o diálogo para superar esses desafios legislativos.

Ensaio Sobre Narrativas e Governabilidade
O embate entre governo e mercado traduz um cenário onde a governabilidade se entrelaça com narrativas econômicas e políticas. Enquanto o Banco Central projeta otimismo cauteloso no crescimento e na confiança no sistema financeiro, as disputas sobre cortes de gastos e bloqueios de emendas indicam um parlamento dividido. Nesse jogo, a estabilidade política será crucial para alinhar expectativas e reforçar a confiança no futuro do país.

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