Inside Brasília – 23/09/2024
Por i3P Risco Político
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Rejeição ao PSD
Bolsonaristas, políticos e militantes de direita têm intensificado uma campanha nas redes sociais pedindo que o PSD seja rejeitado nas urnas em 6 de outubro. A principal razão para esse movimento é que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), não tem avançado com mais de 20 pedidos de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa ação gerou uma mobilização que inclui até mesmo declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), destacando a votação de congressistas ligados ao presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, em favor de um relatório de uma CPI que implicava políticos de direita.
O Impacto na Disputa pela Prefeitura de São Paulo
Uma das principais consequências dessa campanha anti-PSD é o impacto direto na candidatura de Ricardo Nunes (MDB) à reeleição para a Prefeitura de São Paulo, que conta com o apoio do PSD. A disputa está acirrada, com Nunes apenas alguns pontos à frente de Pablo Marçal (PRTB), um candidato de direita que tem o apoio de parte dos bolsonaristas. Caso a campanha contra o PSD ganhe força, Ricardo Nunes corre o risco de perder terreno na reta final da campanha e, possivelmente, não chegar ao segundo turno.
As Alianças entre o PSD e o PL em Todo o País
Outro ponto crucial é a extensa aliança entre o PSD e o PL nas eleições municipais deste ano, com coligações em 846 disputas para prefeito em todo o país. Em 241 desses casos, a chapa é formada por candidatos do PL e do PSD, sendo que em 91 situações o candidato principal é do PL e o vice do PSD, e em 150 ocasiões o candidato a prefeito é do PSD, com o vice do PL. Essa parceria mostra que a campanha anti-PSD pode, paradoxalmente, prejudicar os próprios bolsonaristas nas eleições municipais.
Consequências e Reflexões sobre a Estratégia Política
Se a campanha contra o PSD liderada pelos bolsonaristas ganhar força, eles podem estar se prejudicando, pois terão dificuldades para eleger prefeitos em muitas cidades onde o PL depende do PSD para formar chapas competitivas. A campanha nas redes sociais parece ignorar o fato de que, ao enfraquecer o PSD, o próprio PL pode sair prejudicado em diversas disputas eleitorais importantes.
“Tiro no Pé Político”
A onda de rejeição ao PSD, se bem-sucedida, pode acabar sendo um “tiro no pé” para os bolsonaristas e o próprio PL, pois ameaça alianças estratégicas em todo o país e enfraquece candidaturas importantes, como a de Ricardo Nunes em São Paulo. A estratégia, que visa pressionar o presidente do Senado Rodrigo Pacheco, pode ter um efeito contrário, tornando ainda mais difícil a eleição de prefeitos de direita nas eleições municipais de 2024.