Inside Brasília – 15/10/2024
Por i3P Risco Político
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Alckmin Roda Viva
Nesta segunda-feira, 14 de outubro de 2024, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), trouxe à tona temas relevantes para o cenário econômico e político brasileiro. Seja na Posse do Presidente da Firjan ou durante o programa Roda Viva da TV Cultura, Alckmin discutiu assuntos que vão desde a criação de novos instrumentos financeiros para a indústria até a necessidade de cortes orçamentários e a proposta de taxar milionários.
Letra de Crédito de Desenvolvimento (LCD)
Alckmin anunciou que o Letra de Crédito de Desenvolvimento (LCD) será lançado “nas próximas semanas”. Esse novo instrumento financeiro tem o objetivo de incentivar investimentos em áreas estratégicas como infraestrutura, indústria, inovação e pequenas empresas. Segundo o vice-presidente, a iniciativa segue o modelo de outras letras de crédito, como LCA e LCI, e oferecerá incentivos fiscais para pessoas físicas e jurídicas, o que poderá reduzir os custos de crédito em até 1,5%.
Cortes no Orçamento
Ele enfatizou a importância de comunicar à população a necessidade do contingenciamento e ressaltou que a responsabilidade fiscal não deve ser vista apenas sob uma ótica econômica, mas também social. Alckmin reiterou o compromisso do governo com o cumprimento do arcabouço fiscal, buscando alcançar o déficit zero ou uma margem mínima de tolerância de 0,25%.
Taxação de Milionários
Um dos pontos mais discutidos na entrevista foi a proposta de taxação dos milionários, defendida tanto por Alckmin quanto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo o vice-presidente, essa medida não visa gerar receita, mas sim promover uma maior justiça tributária, aliviando o peso sobre a classe média. A taxação de pessoas que ganham mais de R$ 1 milhão anualmente seria um dos cenários estudados pelo governo para financiar a isenção do imposto de renda de quem ganha até R$ 5 mil mensais.
Apagão em São Paulo
Outro tema abordado por Alckmin foi o apagão que deixou mais de dois milhões de moradores sem energia em São Paulo. O vice-presidente destacou a necessidade de apurar as responsabilidades e sugeriu que, caso seja comprovada a culpabilidade da concessionária Enel, a rescisão do contrato de concessão poderia ser considerada. Ele defendeu que a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Aneel acompanhem de perto o caso e que a concessionária esteja melhor preparada para enfrentar eventos climáticos, com uma equipe de prontidão reforçada.
Banco Central
Alckmin também comentou a escolha de Gabriel Galípolo como próximo presidente do Banco Central, destacando sua preparação e a confiança depositada por Lula em sua capacidade de controlar a inflação. Apesar das recorrentes críticas de Lula ao atual patamar da Selic, que está em 10,75% ao ano, Alckmin minimizou as discordâncias, defendendo o direito de criticar decisões econômicas. No entanto, ele se posicionou contra o uso excessivo de juros como ferramenta para controlar preços, argumentando que isso não impacta diretamente fatores externos, como o preço do petróleo.
Recuperação Econômica e Social
As declarações de Geraldo Alckmin mostram um governo comprometido com o equilíbrio fiscal, a justiça tributária e o desenvolvimento econômico por meio de novos instrumentos financeiros. Ao mesmo tempo, reforçam a necessidade de maior transparência e responsabilidade no uso dos recursos públicos, com foco na recuperação econômica e social do país. As propostas, se implementadas com eficiência, podem trazer alívio para setores estratégicos, como a indústria, e promover maior equidade no sistema tributário.