Inside Brasília – 24/10/2024
Por i3P Risco Político
Foto: Antonio Augusto/STF Agência Senado
“Encontro dos Poderosos”
Imagine uma reunião daquelas em que os deuses decidem o destino dos mortais. Pois bem, na última quarta-feira (23), lá estavam os líderes do Senado e da Câmara, sentados ao lado dos ministros do Supremo Tribunal Federal, decidindo nada menos que o futuro das emendas parlamentares. Não faltou café, nem conversas estratégicas para amarrar o projeto de regulação. Parece até cena de filme, mas é só Brasília em sua plenitude.
Grande Banquete e Dança das Emendas
Em meio ao clima tenso, Barroso optou por uma estratégia clássica: convocou um “almoço institucional”. Afinal, nada como resolver pendências cercado de comida e networking, onde as lideranças entre uma garfada e outra debatem o destino das emendas impositivas suspensas—é mais fácil negociar com o estômago cheio. Enquanto isso, o STF exige transparência, e o Congresso luta para manter sua autonomia, com Flávio Dino no centro da ação, tentando equilibrar os interesses conflitantes. É uma verdadeira dança orquestrada, onde um passo em falso pode desencadear uma guerra entre Poderes. Parece trama de novela, mas é só mais um dia corriqueiro em Brasília.
Transparência é Rei, Mas o Vilão é Persistente
Em uma nota conjunta, os Três Poderes prometeram o que todo mundo já ouviu antes: transparência. Os técnicos da Câmara, do Senado e do Executivo se preparam para fazer um show de prestação de contas ao STF, como se esses dados fossem disputados como o último pedaço de bolo numa festa. No entanto, o velho “orçamento secreto” do qual o STF havia decretado o fim em 2022, parece ter retornado, disfarçado de emendas de comissão, mantendo aquele mesmo ar de mistério no destino dos recursos. Assim, continua o ciclo sem fim dos jogos de opacidade no Congresso.
Heróis Improváveis
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara resolveu botar fogo no parquinho e aprovou quatro projetos impactando o STF. Os bastidores fervem, a imprensa delira com o tal “pacote anti-STF”, e no fim, até a velha Proposta de Emenda à Constituição 8 de 2021, que limita as decisões monocráticas dos ministros, ganha vida. Seria esse o começo de uma nova era de previsibilidade ou apenas um blefe parlamentar?
Costureiro da Harmonia
Enquanto todos tentam jogar xadrez, o senador Angelo Coronel (PSD-BA) veste o figurino do grande costureiro, remendando o texto da lei de emendas para agradar a gregos e troianos. Em meio a conversas com Lira, Pacheco e ministros como Flávio Dino, Coronel está decidido a colocar ordem na bagunça, propondo um acordo que garanta a rastreabilidade de cada recurso, como um dinheiro com GPS. Afinal, alguém precisa entregar um projeto que satisfaça a vontade do STF e ainda evite crises políticas. Nada mal para quem está acostumado a lidar com um orçamento mais secreto que receita de família.
Emendas Pix: Rápidas, Mas Nem Sempre Furiosas
Se tem algo que continua rendendo discussões, são as “emendas Pix”, aquelas transferências rápidas e sem finalidade específica. Com bilhões em jogo, o projeto de Coronel quer dar um freio nessa prática. Afinal, até os heróis de Brasília precisam fingir que são responsáveis.
Transparência de Acordo com os Políticos
A nova promessa é que o governo, o Congresso e o STF cheguem a um “consenso”. A palavra mágica, usada por todos os lados, parece prometer paz, mas na verdade, é apenas um eufemismo para “deixem as coisas como estão, só coloquem uma maquiagem”. Como em todo bom enredo político, o que vale é a aparência de harmonia.
Ironias do Poder
No fim das contas, o roteiro não muda. O Supremo diz querer transparência, o Congresso jura que vai melhorar, e os cofres públicos continuam sendo o grande teatro dessa trama. Afinal, em Brasília, a única certeza é que a história das emendas sempre terá novos capítulos para serem contados.