Lula interrompe declínio de popularidade, diz pesquisa Quaest

Foto: Ricardo Stuckert

Leonardo Barreto
I3P Risco Político
Brasília, 10/07/2024

Principais dados

A principal notícia da pesquisa Quaest divulgada hoje é que Lula interrompeu uma sequência de duas rodadas negativas e retornou para o patamar de aprovação de dezembro de 2023 (54%).

Aprovação: 51 (fev/24); 50 (mar/24) e 54 (jul/24)
Desaprovação: 46 (fev/24); 47 (mar/24) e 43 (jul/24)

É importante notar que, apesar da variação, não há nenhuma mudança de sentimento drástico na população. Isso mostra uma certa constância das condições pelas quais a população sente a política: inflação, emprego, programas sociais, etc. Ou seja, mesmo com o enorme barulho político de Brasília, o ponto de contato da maioria das pessoas com o Estado continua no mesmo lugar.

Mas há questões que merecem ser destacadas:

  1. Lula passou pelo teste de popularidade que o desastre climático impôs no Rio Grande do Sul;
  2. A melhora de aprovação se deu em públicos que já são considerados seus: mulheres (+3) e pessoas de renda de até 2 SM (+7);
  3. Deve-se destacar também a melhora da imagem do presidente entre evangélicos. De fevereiro para cá, a desaprovação caiu 10 pontos (62 em fev/24 para 52 em jul/24), lembrando que Lula tem declarado opiniões conservadoras e criou uma campanha de comunicação específica para esse público (Fé no Brasil).

Diferença entre mercado e população
Colocado em termos econômicos, a popularidade é um ativo. Lula tem governado olhando para os indicadores de pesquisa fundamentalmente, daí inclusive sua resistência em atacar temas espinhosos, como o controle de despesas. A diferença entre política e economia, é que investidores estão antecipando que as coisas vão piorar e os ativos desvalorizam antecipadamente. No caso dos eleitores, a reação é sempre tardia, acontecendo após uma piora efetiva das condições de vida.

Os ajustes estão acontecendo principalmente entre eleitores que provavelmente votaram no Lula em 2022, deixaram o presidente por um tempo e retornaram logo depois. A exceção são os eleitores evangélicos, onde realmente há uma mudança estruturante.

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